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Cientista explica por que os felinos costumam ser mais
arredios que os caninos — e ensina os donos a acertar na hora do carinho.
Por A. J. Oliveira – Revista Superinterassante
Gatos, às vezes, são uma incógnita para nós, humanos. Quem
nunca passou pela situação de estar brincando e acariciando o bichano na maior
tranquilidade e, de repente, ele parece não querer mais papo? Uma pesquisadora
explica que, muitas vezes, isso acontece por não estarmos fazendo carinho do
jeito certo.
Em artigo publicado no site The Conversation, a cientista
Lauren Finka, da Universidade Nottingham Trent, traça um interessante histórico
do gato doméstico e de sua parceria com os humanos.
Acontece que, de 4 mil anos para cá, muita coisa mudou nessa
relação. Os gatos passaram de meros instrumentos para controlar infestações a
grandes amigos. E, falando em termos de evolução e seleção natural, isso é pouco
tempo para que uma espécie se adapte às necessidades de outra — ainda mais
quando elas são tão complexas como as humanas.
Os cachorros, por exemplo, tiveram muitos milênios a mais de
convívio conosco. Ao contrário de lobos e cães, pouco mudou no DNA do gatodoméstico e do gato selvagem da África, seu ancestral mais próximo.
Em muitos aspectos, seu gatinho ainda pensa como um gato
selvagem. Eles são animais solitários e reservados, que evitam ao máximo
interações muito “íntimas”. Nós, é claro, somos sociais até demais. Quanto mais
toque e proximidade nas demonstrações humanas de afeto, melhor. Também não
resistimos a animais que se pareçam com nossos bebês, com olhos grandes, nariz
pequeno e carinha redonda. Vem daí aquele nosso impulso de querer esmagar os
gatinhos de tanta fofura. Para eles, isso costuma ser um pouco demais.
É claro que muitos de nossos amigos felinos gostam das
carícias e não trocam nossa companhia por qualquer comida que aparecer na
frente. Mas um número grande deles apenas tolera o chamego com segundas
intenções — no caso, a casa e comida. Enquanto outros, como sabemos, sequer
escondem a aversão pelo contato humano e respondem agressivamente.
Lauren Finka explica que, para que os gatinhos sejam mais
amigáveis, é essencial acostumá-los ao convívio e aos afagos no período em que
são filhotinhos sensíveis: entre duas e sete semanas de vida.
A chave para um bom relacionamento, segundo a pesquisadora,
é deixar que os bichanos estejam no controle e tomem a iniciativa. É difícil
conter o ímpeto de acariciá-los, mas pesquisas apontam que o esforço compensa.
Interações entre gatos e humanos duram mais quando são eles que as iniciam.
Também é imprescindível prestar atenção na postura e comportamento do animal.
Não é uma regra, mas a maioria dos felinos gostam de receber
carinho abaixo das orelhas, onde ficam suas glândulas faciais, embaixo do
queixo e ao redor das bochechas. Mexer na barriga, costas e a base do rabo
costuma causar incômodo. No geral, é importante respeitar o espaço e os limites
dos gatos — e do bichinho selvagem que há dentro deles.
Confira abaixo alguns sinais que devem ser observados.
Sinais de que o bichano está aproveitando:
• Ele está com o rabo levantado e é o responsável por
iniciar o contato.
• Ronronando e afofando você com as patinhas da frente.
• Movimentando delicadamente seu rabo de um lado para o
outro, enquanto o mantém de pé.
• Postura e expressão facial relaxadas, orelhas esticadas e
apontando para frente.
• Dão uma cutucada para chamar sua atenção se você para de
acariciá-los.
Sinais de que o bicho não está gostando ou está irritado:
• Movimentando a cabeça ou a desviando para longe de você.
• Se manter passivo (nada de ronronadas e afofadas)
• Piscando muito, mexendo muito a cabeça e corpo ou lambendo
demais o nariz.
• Lambendo as partes íntimas de forma rápida e em movimentos
curtos.
• Pelos das costas eriçados.
• Tremendo, se debatendo ou batendo o rabo.
• Orelhas achatadas para os lados ou rotacionando para trás.
• Um giro repentino com a cabeça para encarar ou desviar da
sua mão.
• Mordendo ou tentando afastar sua mão com a pata.
Texto original: Revista Superinteressante
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