Resgatar muda vidas, a sua e a do resgatado.

sheldon comunicat comunidade dos gatos
Primeira vez que a mamãe me cobriu de calor e de carinho

Para começar, preciso contar uma história que transformou totalmente algumas vidas, entre elas, a minha.


Um dia qualquer, como sempre fazíamo, Nárnia, 
Taka e eu estamos indo ao supermercado comprar coisas para um happy hour em casa, já que era feriado e queríamos colocar o papo em dia.

Estávamos as três no carro conversando potoca quando, numa faixa de pedestres, ouvimos um miado tão fininho que parece ter penetrado profundamente no meu coração e automaticamente me fez parar o carro pedindo para as meninas procurarem o serumaninho que estava chamando por nós.

Elas procuraram e o encontraram no estacionamento do supermercado, aquele serzinho minúsculo, ruivo, com as costelas à mostra, fraco, indefeso e com medo. Aquele pequenino que não tinha ideia do que estava acontecendo e o porquê de ter sido abandonado ali. 

Ele pulou no colo da Taka e ela entrou no carro com ele deitado no peito. Naquele momento, ele se sentiu seguro e confortado.

Estacionei o carro no supermercado e enquanto a Rejaine corria para comprar as bebidas, eu corria na sessão pet, sem a mínima afinidade com aquele mundo e procurava por caixas de areia, ração para gatos e leite (sim, eu achava que filhotes tomavam leite e mais tarde descobri que dava dor de barriga).

Fomos correndo para casa e ao chegarmos soltamos o gatinho na sala para começarmos a cuidar de um tipo de vida que não conhecíamos. Então, 30 segundos depois disso, nós tivemos o nosso primeiro mini-infato.  Aquele novo habitante da casa simplesmente correu para a sacada (estávamos no quarto andar) e ficou pendurado na beirinha. Eu, afobada, corri atrás para salvá-lo e acabei o assustando ainda mais. Enquanto as meninas esperavam por notícias, eu gritava: ele pulou, ele pulou!

Um detalhe que esqueci de mencionar é que segundo a Taka ele era ela.

De repente, olhei melhor e ela estava atrás de um vaso de planta e a Taka calmamente conseguiu resgatá-la mais uma vez e salvá-la da morte.

Naquela noite, nós bebemos cerveja, conversamos muito, tentamos brincar com a gatinha (sem sucesso, pois ela estava assustada e se escondia embaixo dos móveis), alimentamos a gatinha, falamos sobre a gatinha, fizemos planos para a gatinha, pesquisamos na internet como cuidar de um filhote de gato, ouvimos música, grudamos na gatinha, arrumamos uma caminha para ela, enfim, vivemos aquela noite para a gatinha.

Ah, um detalhe... A Taka postou no Facebook a foto da gatinha colocando-a para adoção e enquanto nós a chamávamos de Mia (já que foi miando que ela nos achou), uma amiga veterinária comenta no post que ela era ele. Nós já tínhamos comentado que queríamos que fosse macho para se chamar Sheldon, por causa do protagonista da série The Big Bang Theory. Então, ao descobrirmos que era ele e não ela, mais rápido que a velocidade da luz, nasceu para nós o Sheldon.

De repente, aquele serumaninho foi nos conquistando e ganhando nosso amor. Em menos de uma semana já tínhamos esquecido toda a problemática de NÃO poder ter um animal em casa e, assim, nos apaixonamos pelo nosso filho ruivo, Sheldon.

A partir deste momento, um novo ciclo de vida nascia, para nós e para ele.