Nova York proíbe lojas de animais de vender cães, gatos e coelhos.
A medida entra em vigor em dezembro de 2024 e visa impedir o comércio de animais criados em condições desumanas.
As lojas de animais no estado de Nova York serão em breve
proibidas de vender cães, gatos e coelhos devido a uma norma legislativa
destinada a impedir a comercialização de bichos criados em instalações com
condições desumanas. A medida foi tomada após denúncias de grupos de direitos
dos animais.
A legislação assinada pela governadora Kathy Hochul na
quinta-feira significa que Nova York se juntará a vários outros estados,
incluindo Califórnia e Illinois, que decretaram proibições semelhantes
destinadas a reprimir criadores comerciais, às vezes chamados de fábricas de
filhotes.
Ao proibir a venda de animais nas cerca de 80 pet shops de
Nova York, as autoridades esperam interromper o fluxo de bichos de estimação de
criadores comerciais que, segundo os críticos, criam cães e gatos que são
maltratados e às vezes adoecem antes de serem vendidos aos consumidores, que se
deparam com problemas veterinários imprevistos.
— Acabar com as fábricas de filhotes no estado de Nova York
significa o triunfo da compaixão sobre os males inerentes a uma indústria cruel
que busca lucros submetendo animais inocentes a tratamento bárbaro — disse a
deputada Linda Rosenthal, democrata que patrocinou a legislação na Assembleia
estadual.
A legislação gerou um conflito apaixonado na capital
estadual, Albany, entre os defensores dos direitos dos animais e a indústria
das pet shops, que se opôs veementemente ao projeto de lei, argumentando que
isso os tiraria do mercado. A indústria argumentou que a proibição também
levaria a uma cadeia de consequências não intencionais que tornaria mais difícil
para os nova-iorquinos obter um animal de estimação e poderia criar um mercado
clandestino de animais de estimação.
Uma coalizão de proprietários de lojas de animais — People United to Protect Pet Integrity (Pessoas Unidas para Proteger a Integridade dos Animais, ou PUPPI, na sigla em inglês — disse que a proibição total prejudicaria injustamente lojas de animais responsáveis que vendem filhotes criados com cuidado e faria pouco para fechar instalações comerciais de criação, a maioria das quais está fora do estado.
A indústria argumentou que a maioria dos criadores
comerciais criava animais de estimação de forma humana, mas que os grupos de
direitos dos animais estavam destacando os maus empresários, alguns dos quais
foram alvo de ações judiciais e investigações, para demonizar todo o setor de
criação.
— Ao acabar com as lojas de animais locais licenciadas e
regulamentadas, você removerá as pessoas que protegem a saúde dos animais e
garantem uma nova família aos animais de estimação — disse Jessica Selmer,
presidente da PUPPI, depois de não conseguir convencer a governadora Hochul a
vetar o projeto de lei.
A implementação da proibição, por exemplo, foi adiada até
dezembro de 2024. A legislação revisada também permite que os pet shops cobrem
aluguel de abrigos de animais que as usam como espaço para sediar eventos de
adoção de animais resgatados.
As pessoas ainda terão permissão para comprar os animais
diretamente dos criadores, uma tentativa de permitir que possíveis donos de
animais busquem criadores responsáveis. Mas parte da intenção da legislação é
incentivar as pessoas a adotar animais de estimação de abrigos e organizações
de resgate, que dizem estar transbordando de cachorros, muitos dos quais foram
abandonados por pessoas que adotaram animais de estimação durante a pandemia da
Covid-19.
— Esses animais são seres vivos e amorosos que devem ser
tratados com respeito, e não como uma lata de sopa a ser arrancada da
prateleira — disse o senador estadual Michael Gianaris, um democrata do Queens
que patrocinou a legislação. — Esta lei salvará inúmeros animais do abuso nas
mãos de horríveis fábricas de filhotes e estou emocionado que agora seja
promulgada — finalizou.
Fonte: O Globo
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